O SUPER HOMEM
O contexto social,
a expectativa a se cumprir,
o papel masculino.
Protótipo com os acessórios da virilidade,
um objeto e suas características.
Além da humanidade, extra homem ,
super homem, hiper homem, mega bobo.
Pungente guerreiro espartano,
miliciana individualidade, servil obediência.
Cavaleiro medieval em sua armadura dourada,
ágil ginete e seu corcel branco.
O combatente cheio de despojado heroísmo,
príncipe encantado no seu belo cavalo.
Muralha de pedra, poderoso escudo de ferro,
no peito batendo um frágil coração de carne.
Olhos de águia, o olhar do imenso predador felino,
os aguçados olhos do caçador;
Mas também olhos
que ganham doçura infantil,
ar de meninice,
no encontro com o afeto feminino.
O corpo forte, os músculos bem formados,
a força e a destreza,
o desenho com linhas rudes,
Mas ali dentro habita um espírito
e este sensibiliza as emoções,
lapida pensamentos.
Nem o cavalo indomável,
nem um serviçal burro de carga,
antes de tudo um homem.
Nem a força infinita,
nem a fraqueza total,
mas uma essência enérgica e competitiva.
Longe de serem todos iguais,
existem os de natureza de fogo,
de água, de terra e de ar.
Mais decididos, mais emotivos,
mais práticos ou mais sensíveis.
Todos homens.
Imponente castelo ou tosca fortaleza,
lá dentro podem guardar jardins ou pomares.
Sagrados conventos ou sisudos mosteiros,
podem guardar proteção e segurança.
Solo duro e por vezes árido,
podem trazer a oculta
fertilidade dos veios subterrâneos.
Estúpidos nas suas cruéis e brutais batalhas,
sensatos na união que os leva a construir.
Violentos quando enceguecidos pelos instintos,
dóceis quando ganham a visão das virtudes.
Velhos guerreiros; dia haverá em
que banalizarão os louros das glórias,
reconhecerão sua efemeridade.
Deverão ser pacíficos e não passivos,
terão aprendido a
ser sensíveis e não femininos.
Continuarão a ter a dignidade do carvalho
que tomba mesmo ante
a tempestade de contrariedades.
Mas verão a virtude e graça da palmeira
que curva-se para sobreviver
às intempéries do mau tempo.
Equilibrarão inflexibilidade com flexibilidade,
substituirão a violência da punição
por justiça educativa.
Serão alimentados por suas mulheres,
aprenderão com elas, ensinarão a elas.
Pois que entre homem e mulher,
não é competição,
antes de tudo é complemento.
Felizes daqueles que trocam a árida exigência
pela compreensão e boa vontade.
Sabendo que parte da verdade
de cada um reside no outro.
Gilberto Brandão Marcon
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