O POETA E O MAR
Região litorânea,
cidade costeira.
Cair de uma tarde.
Andando por
entre praias e penhascos,
parando para olhar.
Vê-se embarcação
que desliza no oceano,
criando quadro no horizonte.
Imagina-se como
sendo aquele barco.
Sente-se, então,
como que acariciado
pelas ondas marítimas.
Desvia o olhar
para o céu e vê gaivotas
se divertindo
com o seu dom de voar.
Deixa ir o pensamento, vendo nelas
uma espécie de metáfora
para os sentimentos humanos.
Sente-se como
que tocado pela vida.
Talvez seja a visão do oceano
ou do céu repleto
de rarefeitas nuvens.
Ganha ares de poeta,
transforma-se
em testemunha ocular
de momento muito especial.
Percebe a alma vadia da tarde
com seus tons
de vermelhos dourados,
com seu crepúsculo.
O sol agora está alaranjado,
tem um calor abafado
que se mescla à brisa
fresca que vem do mar.
Dali a pouco
parecerá mergulhar
com seu corpo circular
nas águas salgadas.
Cena de todos os dias,
mas hoje ganhou alma de musa.
Gilberto Brandão Marcon
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