JUNTO DAS ESTRELAS



Deixar a mente transcender,
divagando em pensamentos,
viajando em sentimentos,
ouvindo o coração bater
cada vez mais distante.
E sentindo o corpo leve,
como que ave,
como que pluma ao vento.
Voa liberta ave da alma,
voa a levar para muito longe a angústia
e para tentar encontrar, novamente,
a pressentida felicidade.
Voa sem barreiras,
convertendo o seu corpo em simples fluido,
ganhando consistência etérea
do ser mantendo unicamente a alma.
Longe, muito longe,
lá de cima a observar o velho planeta.
Voa mais, vai ainda mais longe,
e então as muitas esferas ,
e dentre elas a bela jóia terrestre.
Visão impactante,
não sabendo se atingiu a sublime lucidez
ou a suprema loucura.
É o pássaro que brinca
num voo arriscado sobre a garganta
de um imenso abismo sideral.
Um desafio, a sensibilidade extremada
a provocar dúvidas
e conclusões da limitada razão.
Necessário estar pronto
para receber novas idéias,
estar disposto
a criar novos pensamentos.
Essencial ter discernimento,
ter sobriedade para diferenciar
o que é realidade do
que é mera ilusão.
Urgente é aprender,
é conviver com o infinito,
sem perder a capacidade
de viver no limitado cotidiano.
É preciso profunda serenidade
para ver a aurora da eternidade,
sem perder por completo a razão.

Gilberto Brandão Marcon
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